Discurso de agradecimentos
Pe. José Antonio dos Santos
Quem é o maior? Não é aquele
que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós como aquele que serve
(Lc. 22, 27)
Meus amados irmãos e minhas
amadas irmãs. Esta é uma noite especial e sobre ela se justificam reflexões que
vos apresento.
Na prática, o que fazemos
nesta noite de 06 de janeiro de 2013 é uma pausa para refletirmos juntos sobre
esses breves cinco semestres, somados dão dois anos e meio que passamos juntos
e que marcaram nossas vidas.
Quando fui consultado para Belo
Monte o meu coração se envaideceu e
tive a ambição[1]
de ser um São João Maria Vianney, o Cura d’Ars: ensinar aos belomontenses o
caminho do céu. Eu, um padre de interior para o interior. Vi em São João Maria
Vianney um grande místico, um grande santo. Em Belo Monte, descobri que sou um
pequenino demais diante de sua grandeza. Como Cura d’Ars não converti Belo
Monte, mas descobri que quem precisa de conversão sou eu. Este miserável.
Quem converteu Ars não foi São
João Maria Vianney, mas o próprio Cristo nele, porque o padre é um Persona Christe, um Alter Christe (na pessoa do Cristo, outro Cristo). Ele foi um sinal
de Cristo para Ars. Meu pedão Aquele quem me confiou sua grei e a esta grei,
pequeno rebanho de Belo Monte.
Belo Monte, estive em vosso
meio como “aquele que serve” a Deus
nos homens por ele amados. Servir aos homens é conduzi-los a Deus que veio ao
encontro do homem. Isso eu desejei, e nas minhas limitações, que são muitas,
busquei fazer. Já gozei ao vê o brotar das sementes lançadas neste solo fecundo
por meus predecessores preparado, cujos frutos demoraram maturar e meus
sucessores poderão colher. Como colhi os frutos que os padres Aloísio, Reginaldo
Soares, Sizo, Petrúcio, Petrônio e Reginaldo Luiz plantaram. A eles minha
estima, e a vocês, minha gratidão, pequeno rebanho.
O meu primeiro discurso para
vocês foi dizer que os amei no momento da minha indicação para Belo Monte. Não
menti. Falei a verdade e falei o que vocês mereciam ouvir, pequeno rebanho. Por
isso peço perdão aqueles ou aquelas que não cativei. Se os cativei, não foi
para mim, mas para Aquele que é Caminho Verdade e vida, Cristo Jesus. Por Ele,
com Ele e nEle, me consumir na oferta sacrifical no altar do senhor para poder
alimentá-los com o Pão Céu.
Minha maior dor é de não
saber pedir. Pedindo refrigério para aquela festa estressante para nós, que nos
causou muito insatisfação. Neste pedido fico implícito o pedido de remoção. Esforcei-me
para que o estresse não viesse nos prejudicar, mas ele quis se denunciar com
aquela maldita virose, que deixou sua excelência reverendíssima, o Bispo
diocesano, nosso pastor e pai maior na fé, preocupado.
Disso, uma coisa Deus nos
ensina, sejamos gratos com o que ele nos dá. Outra fala minha que brotaram
do meu coração, deveras verdadeira, foi quando disse que vou, mas levarei cada
um em meu coração e que cada uma estará sempre presente em minhas orações.
Eis a grande verdade: “o
tempo não para”. Mas talvez para compensar, a natureza nos tenha legado o
hábito de fazermos pausas, quase sempre sem pensarmos. É a forma que temos para
sentirmos a vida. Tenhamos ou não consciência do fato, a vida precisa de
pausas, tanto quanto necessita de trabalho. Porque nas pausas se dá o usufruto
do nosso trabalho e experimentamos as emoções que advêm do reconhecimento do
que fazemos e do que vivemos. Vou, mas fica plantado aqui o meu coração,
coração grato, grato a todos.
Agradeço desde a mais alta
autarquia a mais vergada e sofrida persona
deste monte belo Belo Monte. Não sito nomes para não pecar ao esquecer alguém.
Sei que é cabido e merecedor alguns nomes entrarem como destaque, mas para não
desmerecer os nomes que não entrariam devido ao tempo e espaço cureis em
momentos como este que se faz difícil.
Querida Paróquia como diz o
direito, Belo Monte, comunidades e assentamentos. Aqui aprendi a ser pastor,
pai irmão e amigo. Vou, mas levarei cada um em meu coração, e que permanecerá sempre
presente em minhas orações. Hoje, vós não perderdes um padre, mas ganhardes um
amigo.
Muito obrigado a todos, Deus
vos abençoe.
[1] Vaidade e ambição jaz no
coração do homem, uma vez não com batido destrói o homem e toda comunidade.
Bem vindo a Palmeira dos Índios!
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