segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Te amei por primeiro


Discurso de agradecimentos
Pe. José Antonio dos Santos


Quem é o maior? Não é aquele que está sentado à mesa? Todavia, eu estou no meio de vós como aquele que serve (Lc. 22, 27)
Meus amados irmãos e minhas amadas irmãs. Esta é uma noite especial e sobre ela se justificam reflexões que vos apresento.

Na prática, o que fazemos nesta noite de 06 de janeiro de 2013 é uma pausa para refletirmos juntos sobre esses breves cinco semestres, somados dão dois anos e meio que passamos juntos e que marcaram nossas vidas.

Quando fui consultado para Belo Monte o meu coração se envaideceu e tive a ambição[1] de ser um São João Maria Vianney, o Cura d’Ars: ensinar aos belomontenses o caminho do céu. Eu, um padre de interior para o interior. Vi em São João Maria Vianney um grande místico, um grande santo. Em Belo Monte, descobri que sou um pequenino demais diante de sua grandeza. Como Cura d’Ars não converti Belo Monte, mas descobri que quem precisa de conversão sou eu. Este miserável.

Quem converteu Ars não foi São João Maria Vianney, mas o próprio Cristo nele, porque o padre é um Persona Christe, um Alter Christe (na pessoa do Cristo, outro Cristo). Ele foi um sinal de Cristo para Ars. Meu pedão Aquele quem me confiou sua grei e a esta grei, pequeno rebanho de Belo Monte.

Belo Monte, estive em vosso meio como “aquele que serve” a Deus nos homens por ele amados. Servir aos homens é conduzi-los a Deus que veio ao encontro do homem. Isso eu desejei, e nas minhas limitações, que são muitas, busquei fazer. Já gozei ao vê o brotar das sementes lançadas neste solo fecundo por meus predecessores preparado, cujos frutos demoraram maturar e meus sucessores poderão colher. Como colhi os frutos que os padres Aloísio, Reginaldo Soares, Sizo, Petrúcio, Petrônio e Reginaldo Luiz plantaram. A eles minha estima, e a vocês, minha gratidão, pequeno rebanho.

O meu primeiro discurso para vocês foi dizer que os amei no momento da minha indicação para Belo Monte. Não menti. Falei a verdade e falei o que vocês mereciam ouvir, pequeno rebanho. Por isso peço perdão aqueles ou aquelas que não cativei. Se os cativei, não foi para mim, mas para Aquele que é Caminho Verdade e vida, Cristo Jesus. Por Ele, com Ele e nEle, me consumir na oferta sacrifical no altar do senhor para poder alimentá-los com o Pão Céu.

Minha maior dor é de não saber pedir. Pedindo refrigério para aquela festa estressante para nós, que nos causou muito insatisfação. Neste pedido fico implícito o pedido de remoção. Esforcei-me para que o estresse não viesse nos prejudicar, mas ele quis se denunciar com aquela maldita virose, que deixou sua excelência reverendíssima, o Bispo diocesano, nosso pastor e pai maior na fé, preocupado.

Disso, uma coisa Deus nos ensina, sejamos gratos com o que ele nos dá. Outra fala minha que brotaram do meu coração, deveras verdadeira, foi quando disse que vou, mas levarei cada um em meu coração e que cada uma estará sempre presente em minhas orações.

Eis a grande verdade: “o tempo não para”. Mas talvez para compensar, a natureza nos tenha legado o hábito de fazermos pausas, quase sempre sem pensarmos. É a forma que temos para sentirmos a vida. Tenhamos ou não consciência do fato, a vida precisa de pausas, tanto quanto necessita de trabalho. Porque nas pausas se dá o usufruto do nosso trabalho e experimentamos as emoções que advêm do reconhecimento do que fazemos e do que vivemos. Vou, mas fica plantado aqui o meu coração, coração grato, grato a todos.

Agradeço desde a mais alta autarquia a mais vergada e sofrida persona deste monte belo Belo Monte. Não sito nomes para não pecar ao esquecer alguém. Sei que é cabido e merecedor alguns nomes entrarem como destaque, mas para não desmerecer os nomes que não entrariam devido ao tempo e espaço cureis em momentos como este que se faz difícil.

Querida Paróquia como diz o direito, Belo Monte, comunidades e assentamentos. Aqui aprendi a ser pastor, pai irmão e amigo. Vou, mas levarei cada um em meu coração, e que permanecerá sempre presente em minhas orações. Hoje, vós não perderdes um padre, mas ganhardes um amigo.

Muito obrigado a todos, Deus vos abençoe.





[1] Vaidade e ambição jaz no coração do homem, uma vez não com batido destrói o homem e toda comunidade.

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