terça-feira, 28 de maio de 2013

O outro que se deixa a conhecer


Assim Diz o insensato no seu próprio coração, não há Deus, Deus não existe! (Sl 13,1)

Muitos afirmam, categoricamente, que Deus não existe, sem conhecerem o autor dessa frase nem o seu contexto. Falam sem uma honesta reflexão. E, quando falam é na tentativa de auto se afirmarem, ao mesmo tempo, que para isso, tenha que nega o ser. Pois, se Deus não existe, logo, tudo que vem a partir dEle também não existirá. Nem mesmo aquele que nega a sua existência. Existindo Ele é notado: conhecido, ignorado, aceito ou rejeitado.

Com ou sem estes acidentes eu existo, independente da afirmação positiva ou negativa de quem interpela. Quando eu afirmo que João para mim não existe por que eu não o conheço. Para mim tanto faz ele existe ou não porque ele não diz nada em mim. Eu estou completamente equivocado, pois estou partindo de um dado subjetivo. Há aqui um fechamento do eu para a descoberta do outro. O outro que se deixa a conhecer.

Ainda no lado pessoal, mesmo que a priori muitos não saibam responder, por ignorância, rejeição ou afeição, João existe. Não como ideia, mas como persona, ser de identidade própria. A posteriori, muitos poderão dizer quem é João, por que existe, quer agrade quer desagrade. Porém, para dizer com propriedade se faz necessário conhecer. Conhecendo saberá dizer quem ele é. Não agradando, serás indiferente com a sua existência. Contudo, mesmo na minha indiferença ele existe, ele é.

Partindo para o campo meramente religioso, vemos no inconsciente coletivo uma tentativa de negar a existência de Deus, porque este deus imaginário no consciente coletivo é um deus repressor, que limita as minhas ações e castra a minha liberdade. Sem essa tal liberdade serei um indivíduo infeliz, não realizado.

O ser humano fechado em si mesmo busca esta realização [liberdade] reforçando sua opções (aceitar rejeita a ideia de um ser supremo, Deus) a fim de chegar a um bom termo. qual é este bom termo? A sua realização, a sua glória. E quando se depara que ele não é feito de glória, tem também o seus dissabores, cai num vazio existencial, questionando a existência de Deus. Atribuindo a Deus a sua experiência subjetiva. Digo, bem particularizada, limitada, truncada, esquecendo o todo.

Então, a pergunta que não quer calar é esta: “que dizes tu quem ele é (cf. Mc 8,29)? Saberás responder a medida que O conhecer, do contrario, as afirmações serão a penas suposições. Suposições são apenas suposições não uma verdade, mas a ignorância dela, da Verdade. Destarte, a ignorância é sempre vencível, não vencendo-a permanecerás no erro e este erro levará ao vazio existencial. E, para preencher este vazio há uma busca desenfreada pela felicidade, peal realização.


© Pe. José Antonio dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário