Assim Diz o insensato no seu próprio
coração, não há Deus, Deus não existe! (Sl 13,1)
Muitos afirmam, categoricamente, que Deus não existe, sem conhecerem o
autor dessa frase nem o seu contexto. Falam sem uma honesta reflexão. E, quando
falam é na tentativa de auto se afirmarem, ao mesmo tempo, que para isso, tenha
que nega o ser. Pois, se Deus não existe, logo, tudo que vem a partir dEle
também não existirá. Nem mesmo aquele que nega a sua existência. Existindo Ele
é notado: conhecido, ignorado, aceito ou rejeitado.
Com ou sem estes acidentes eu existo, independente da afirmação
positiva ou negativa de quem interpela. Quando eu afirmo que João para mim não
existe por que eu não o conheço. Para mim tanto faz ele existe ou não porque
ele não diz nada em mim. Eu estou completamente equivocado, pois estou partindo
de um dado subjetivo. Há aqui um fechamento do eu para a
descoberta do outro. O outro que se deixa a conhecer.
Ainda no lado pessoal, mesmo que a priori muitos não saibam responder,
por ignorância, rejeição ou afeição, João existe. Não como ideia, mas como
persona, ser de identidade própria. A posteriori, muitos poderão dizer quem é
João, por que existe, quer agrade quer desagrade. Porém, para dizer com
propriedade se faz necessário conhecer. Conhecendo saberá dizer quem ele é. Não
agradando, serás indiferente com a sua existência. Contudo, mesmo na minha
indiferença ele existe, ele é.
Partindo para o campo meramente religioso, vemos no inconsciente
coletivo uma tentativa de negar a existência de Deus, porque este deus
imaginário no consciente coletivo é um deus repressor, que limita as minhas
ações e castra a minha liberdade. Sem essa tal liberdade serei um indivíduo infeliz,
não realizado.
O ser humano fechado em si mesmo busca esta realização [liberdade]
reforçando sua opções (aceitar rejeita a ideia de um ser supremo, Deus) a fim
de chegar a um bom termo. qual é este bom termo? A sua realização, a sua
glória. E quando se depara que ele não é feito de glória, tem também o seus
dissabores, cai num vazio existencial, questionando a existência de Deus.
Atribuindo a Deus a sua experiência subjetiva. Digo, bem particularizada, limitada,
truncada, esquecendo o todo.
Então, a pergunta que não quer calar é esta: “que dizes tu quem ele é
(cf. Mc 8,29)? Saberás responder a medida que O conhecer, do contrario, as
afirmações serão a penas suposições. Suposições são apenas suposições não uma
verdade, mas a ignorância dela, da Verdade. Destarte, a ignorância é sempre
vencível, não vencendo-a permanecerás no erro e este erro levará ao vazio
existencial. E, para preencher este vazio há uma busca desenfreada pela
felicidade, peal realização.
© Pe. José
Antonio dos Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário