PORTO ALEGRE - O diretório nacional do PT pediu
'apuração ampla' de todas as denúncias relatadas nas operações Vegas e Monte
Carlo da Polícia Federal durante as investigações da CPMI do Cachoeira do
Congresso Nacional, em resolução emitida ao final de uma reunião ordinária em
Porto Alegre, nesta sexta-feira, 18.
No documento, os dirigentes partidários afirmam que
'a CPMI poderá elucidar a infiltração do crime organizado e da corrupção na
alta política nacional, como foi a tentativa denunciada em escutas oficiais de
que o meliante Carlos Cachoeira pretendia fazer nomear o senador Demóstenes
Torres (ex-DEM) para o Supremo Tribunal Federal' e consideram que 'tal fato não
encontra paralelo na história do Brasil: um assecla da organização criminosa
ser guindado à mais alta corte do País'.
Na sequência, o texto afirma que 'é fundamental
mobilizarmos a sociedade em defesa de uma ampla apuração de todas as denúncias
relatadas nas operações da Polícia Federal, bem como de todas as ramificações
da organização criminosa, doa a quem doer, pois ninguém, na área pública ou
privada, pode situar-se acima da lei'. Também faz referência aos meios de
comunicação. 'Entre as denúncias que precisam ser apuradas a partir de
elementos probatórios em mãos da CPMI estão as relações entre o crime
organizado e alguns órgãos de imprensa. O que está em jogo é a apuração de
fatos criminosos, não os ataques à liberdade de expressão, como tentam
confundir setores da mídia conservadora. Quanto aos meios de comunicação,
reafirmamos a resolução aprovada no 4º Congresso do PT: Para nós, é questão de
princípio repudiar, repelir e barrar qualquer tentativa de censura ou restrição
à liberdade de imprensa'.
A resolução reitera, ainda, que 'os fatos revelados
reforçam a urgência de reformas de fundo no sistema político e nas instituições
nacionais, especialmente o financiamento público das campanhas eleitorais, com
mais fiscalização e transparência em todas as esferas da política'.
Nas entrevistas, os dirigentes petistas evitaram
comentar a mensagem que o deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) enviou na
quinta-feira ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), na qual
teria dado a entender que o destinatário não seria convocado a depor na CPMI.
'Achamos perfeitamente razoáveis as explicações dele (Vaccarezza) e reafirmamos
que não há nenhum interesse de deputados e senadores do PT em fazer qualquer
tipo de blindagem', afirmou o presidente do partido, Rui Falcão, referindo-se
às justificativas apresentadas pelo parlamentar de que o governador não está
entre os investigados e, por isso, não precisa ser ouvido. 'A CPMI pode trazer
resultados importantes, como enfatizar a necessidade de financiamento público
das campanhas eleitorais', reiterou Falcão.
O presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT),
disse que Vaccarezza 'é livre para conversar e tratar com quem bem entender;
isso não altera o trabalho da CPMI', mas propôs que se dê ao deputado federal a
oportunidade de explicar em que circunstâncias ele se comunicava com Cabral.
Também ressaltou que 'todos aqueles que de alguma forma tiveram contatos com
Cachoeira deverão ser ouvidos'.
*Por Elder Ogliari, da Agência Estado,
estadao.com.br, Atualizado: 18/05/2012 22:16
fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/petistas-sugerem-que-caso-cachoeira-conduza-%C3%A0-reforma-pol%C3%ADtica
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