segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A Trindade como dogma e o Dogma da Santíssima Trindade.


A Trindade como dogma


A fé cristã confessa que há um só Deus, por natureza, por substância e por essência, que se manifesta em três Pessoas de modos diferentes. Cada uma dessas três Pessoas possuem uma Essência, uma Substância ou Natureza absolutamente simples: Pai, Filho e Espírito Santo, recebendo assim o nome de Trindade. Ela é um mistério de fé e, por ser mistério é inacessível à pura razão. Só com a Encarnação do Filho, assistidos pelo Espírito Santo tivemos acesso a essa realidade.
Jesus revelou que Deus é Pai num sentido inaudito: Abba (Jo 14, 16). Ele também anuncia o envio de “outro Paráclito” ,o Espírito da verdade (Jo 15,26), que age desde a criação até a consumação dos tempos. Destarte a missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho “de junto do Pai”, revela que o Espírito é com eles o mesmo único Deus. Inseparáveis naquilo que são e naquilo que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.
Abba é um termo hebraico que, nos lábios de Jesus, exprime a familiaridade do Filho com o Pai.

A Trindade

A Trindade é experimentada, crida e vivida antes de se propriamente “pensada” e conceituada. A fé trinitária precede como deve ser à Teologia e o dogma: uma fé que, com a intuição fundamental de que operari sequitur esse- o agir segue a manifestação do ser – intui que, se Deus, em sua ação age trinitariamente, Deus é Trindade.
A Trindade como doutrina
– Ela, a Trindade Santíssima, encontra a sua expressão na regra da fé batismal formulada na pregação, na catequese e na oração da Igreja. Tais formulações encontram-se na liturgia eucarística: “gratia Dómini nostri Iesu Christi, et cáritas Dei, et comummnicatio Sancti Spíritus sit cum ómnibus vobis” (CIC, Nº 249 ).

Nº 251 - Para a formulação do dogma da Trindade a Igreja teve desenvolver uma terminologia própria recorrendo as noções de origem filosófica: “Substância”, “pessoa”, ou “hipóstases”, “relação”, etc..Ao fazer isto, não submeteu a fé a uma sabedoria humana senão que imprimiu um sentido novo, inaudito, a esses termos, chamados a dignificar a partir daí também tudo o que nós podemos compreender dentro do limite humano”.

Nº 252 – A Igreja utiliza o termo “substancia” (traduzido também, às vezes, por “essência” ou por “natureza”) para significar o ser divino na sua unidade, e o termo “pessoa” ou “hipóstases” para designar o Pai, o Filho e o Espírito Santo na sua distinção real entre si e o termo “relação” para designar o fato de a distinção entre eles residir na referência de um aos outros.

O Dogma da Santíssima Trindade.

–A Trindade é Una. Não confessamos três deuses, mas um só Deus em três pessoas: A Trindade consubstancial. As pessoas divinas não dividem entre si uma única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro: “O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto a natureza”. Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a essência ou a natureza divina (CIC Nº 253) .
– As pessoas são realmente distintas entre si. Deus é único, mas não solitário. Pai, Filho, Espírito Santo, não simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: ‘Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho”. São distintos entre si pelas suas relações e origem. ‘É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede’. A unidade divina é Trina (Idem, Nº 254 ).
Nº 255  do CIC vimos que as pessoas divinas são relativas umas às outras. Por não dividir a unidade divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem umas às outras: ‘Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o Filho é referido ao Pai, o Espírito Santo aos dois, quando se fala destas três pessoas considerando as relações, crê-se, todavia em uma só natureza ou substancia’.
Pois ‘tudo é uno [neles] lá onde não se encontra a oposição de relação’. “Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário