terça-feira, 16 de setembro de 2014

A DEUS NADA É IMPOSSÍVEL (Lc. 1, 37)

Foto: Google.

Vejo esta célebre frase estampada em cartões de visita, para-choque de caminhão, em faixada de prédios, em lojinha de quinta e etc. Como também já pronuncie diversas vezes no fragor da emoção e com ar de esperança por ser uma frase bíblica. Mas ao encontrar jogado em um balcão de atendimento, um cartão de vista de um determinado salão de beleza com esta máxima “A Deus nada é impossível”, tive um fleche, um estalo e um ímpeto de discordância. Discordo sim. Não como um descrente, indiferente ou zombador dos limites de Deus, mas como um crente observador e seguido da sua Palavra revelada e encarnada, Jesus.
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“A Deus nada é impossível”. Será? Uso aspas nesta frase, mas vou explicar o por que. Como já deixei claro, discordo desta máxima, porque fora do contexto é um raciocínio vicioso capaz de induzir ao erro. Uma fala feita de “boa fé” por quem a diz. Quem a diz, não diz sem sentido, pois quer ajudar a alguém ou como autoajuda por passar por momento difícil onde foge suas capacidades de resolução e a solução é o transcendente, Deus. Ainda assim, continuo discordando.

Vemos na teologia da criação ou na teoria do criacionismo que Deus fez o céu e a terra, todas as coisas visíveis e invisíveis, animadas e inanimadas; colhe onde não semeia, e ajunta onde não espalhou (Mt. 14, 25b), mas tenha uma coisa que ele não pode fazer e, se o fizer deixará de ser Deus em seu sentido pleno da palavra. Por isso a ele é impossível.

Foto: Google.
Se assim não fosse, Caim, por inveja, não teria tirado a vida do seu irmão Abel (Gn. 4, 8b.). O faraó Ramsés II não teria contrariado a vontade de Deus proclamada por Moisés (Ex. 5ss.). A filisteia Dalila, por ganância, não teria cortado as tranças cabelo de Sansão (Jz. 16, 19). Hitler, durante a segunda guerra mundial, não teria praticado o holocausto. Muitos males não teriam acontecido e nem aconteceriam mais. Tudo isso por quê? Atribuo isso a uma coisa que ele deu ao homem, o livre arbítrio.


O livre arbítrio impossibilita a Deus adentrar no coração do homem, se ele, o homem, não quiser, pois Deus respeita a sua “liberdade” de decisão em aceitá-lo ou não. É desta impossibilidade proporcionada pelo homem a que me refiro. Contudo, esta impossibilidade não faz Deus menos Deus. Porque Deus É.
Foto; Google.
Quem ouviu esta frase e fez torná-la possível, a fez porque antes de ouvir já trazia em seu coração e atualizou dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc. 1, 38), ou seja, ela deixou Deus entrar em seu coração.  A partir de então, Deus assume a nossa humanidade para dar-nos a sua divindade. Amem.




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