domingo, 25 de setembro de 2011

Diz o insensato no seu próprio coração, não há Deus, Deus não existe! (Parte I)




Muitos afirmam, categoricamente, que Deus não existe, sem conhecerem o autor dessa fase nem o seu contexto. Falam sem uma honesta reflexão. E, quando falam é na tentativa de auto se afirmarem, ao mesmo tempo, que para isso, tenha que nega o ser. Pois, se Deus não existe, logo, tudo que vem a partir dEle também não existirá. Nem mesmo aquele que nega a sua existência. Existindo Ele é notado: conhecido, ignorado, aceito ou rejeitado. Com ou sem estes acidentes eu existo, independente da afirmação positiva ou negativa de quem interpela.
Há aqui um fechamento do eu para o Tu, que é infinitamente Outro, que é sempre aberto para tu. Pois, O mesmo se deu a conhecer.
“Quem dizem os homens que eu sou” (Mc 8 27)? Partindo para o lado pessoal, mesmo que a priori muitos não saibam responder, por ignorância ou rejeição, eu existo. Não como idéia, mas como persona (pessoa). A posteriori, muitos poderão dizer quem eu sou; quer agrade quer desagrade. Porém, para dizer com propriedade, mister se faz me conhecer. Conhecendo saberá dizer quem eu sou. Não agradando, serás indiferente com a minha existência. Mesmo na indiferença, eu existo.
Então, “quem dizes que eu sou” (Mc 8,29)? Saberás responder se me conhecer, do contrario, suas afirmações serão a penas suposições. Suposições são apenas suposições não uma verdade, mas a ignorância dela. Destarte ignorância é vencível, não a vencendo, permanecerás no erro. Por que o erro está tornando-se invencível? Está se tronando invencível graças ao relativismo dos universais numa tentativa de universalizar o que é relativo. Isto é, meio caminho andado para o indiferentismo. Foi o indiferentismo que há mais de dois mil anos matou o Filho de Deus. É este mesmo indiferentismo fez o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) declarar a morte de Deus.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O niilismo não está mais às portas. Já entrou.


Semana passada, precisamente, domingo, dia 11 de setembro, enquanto assistia o término da missa transmitida pelo canal TV Brasil, a antiga TV cultura: O canal público vinculado à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,  o padre anunciava sua penúltima celebração eucarística naquela emissora. Pois, o Conselho de Curadores argumentaram a sua supensão com a proibição do proselitismo religioso, porque o Estado é laico e a mesma emissora pertence ao Estado. Missa está transmitida há 38 anos. Como também um program evangélico, que também está sendo tirado do ar. “É proibido fazer proselitismo”. Este é o argumento. Mas, pode fazer o contrário? O proselitismo ateu?
Com tristeza, assisti hoje (espero que não a última) a Celebração Eucarística transmitida por aquelaemissora. Pensemos como ateu (é o que querem). Pesemos só no vil metal. Ora, esta emissora patrocinada com os meus e os seus impostos. Se vivemos em um regime democrático. Logo, temos direitos sobre ela. Se vivemos em um regime ditatorial, nos curvemos ao ateísmo e sigamos o conselho do pensador ateu Friedrich Nietzsche; matemos Deus e demos continuidade com o grande erro da cultura ocidental.
Matemos, pois, Deus na consciência do homem e criaremos humanóides e efetivamos a celebre frase de Thomas Hobbes: "Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem, onde todos se digladiam em busca de um sol que sucumbe aos poucos o ser homem. Já matamos Deus, nada importa matarmos, agora o homem.

Busquemos o Sol, o Sol Nascente que nos veio visitar, o Sol da Justiça.
J   e  s  u  s     C  r  i  s  t  o.

Paz e bem.

domingo, 18 de setembro de 2011

Na audiência geral Bento XVI explica o silêncio de Deus refletindo sobre o Salmo 22, retomado por Cristo na cruz


(14/9/2011) O silêncio divino diante das injustiças humanas e dos pedidos de auxílio dos crentes, motivo de questionamento para fiéis e argumento justificador da inexistência de Deus, constituiu o tema da catequese proferida esta quarta feira por Bento XVI durante a audiência geral no Vaticano, na presença de cerca de oito mil pessoas
“Rodeado por inimigos que o perseguem”, o autor do Salmo 22 da Bíblia, , “grita dia e noite por socorro, e no entanto Deus permanece aparentemente em silêncio”, assinalou o Papa.
A oração “pede escuta e resposta, solicita um contacto, procura uma relação que possa dar conforto e salvação”, mas “se Deus não responde, o grito de ajuda perde-se no vazio e a solidão torna-se insustentável”.
A pergunta que o salmista coloca no segundo dos 32 versículos do poema, “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”, foi mais tarde repetida por Cristo na cruz, dando voz a uma inquietação que atravessa a história judaica e cristã.
A dúvida de Jesus exprime toda a sua “desolação” perante o “drama da morte, realidade “totalmente contraposta” ao Deus da “vida”, apontou Bento XVI, para quem “a vitória da fé pode transformar a morte em dom da vida, o abismo de dor em fonte de esperança”.
O Salmo, um dos mais estudados da Bíblia, “eleva um lamento doloroso a Deus, que parece estar distante, mas o salmista, pela certeza de fé, sabe que virá em seu socorro”, referiu o Papa.
Para Bento XVI, o silêncio divino “mina o ânimo do orante”: “O salmista não pode crer que a relação com Deus tenha sido totalmente interrompida”, pelo que lhe pergunta “o motivo de um abandono tão incompreensível”.
A resposta ao dilema de uma divindade que na Bíblia é apresentada como toda-poderosa mas que aparentemente se mostra ausente das angústias humanas reside na confiança: “Nós também, na oração, aprendemos a discernir a realidade para além das aparências”.
Aos fiéis reunidos no auditório Paulo VI – a grande aula das audiências do Vaticano - o Papa apelou para se apoiarem “sobre a fé dos outros e sobre a fé da Igreja”, que testemunham a “fidelidade” divina: “Ao longo da história bíblica vemos Deus responder aos apelos do seu povo, dando-lhe a salvação”.
Nas palavras proferidas em língua portuguesa, Bento XVI saudou a presença dos membros da União Missionária Franciscana provenientes de Portugal e lembrou a festa litúrgica que a Igreja Católica assinala hoje: a Exaltação da Santa Cruz.
Queridos irmãos e irmãs,

Na catequese de hoje, tratamos do Salmo 22, uma oração sincera e tocante, com profundas implicações cristológicas, que se tornam visíveis durante a Paixão de Jesus, na sua dupla dimensão de humilhação e glória, de morte e vida. Este Salmo apresenta a figura de um inocente perseguido e cercado de adversários que querem a sua morte; por isso, eleva um lamento doloroso a Deus, que parece estar distante, mas o salmista, pela certeza de fé, sabe que virá em seu socorro. Como é sabido, o grito inicial do Salmo: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”,segundo os Evangelhos de Mateus e Marcos, foi assumido por Jesus durante a sua crucifixão, exprimindo assim toda a sua desolação diante do peso da humilhação e morte que supunha a sua missão salvífica. Mas, o grito de Jesus, à semelhança do salmista, não era um grito de desespero, mas de confiança na vitória divina, e por isso aberto ao louvor.
Dirijo a minha saudação amiga aos membros da União Missionária Franciscana, vindos de Portugal, aos brasileiros do Grupo Vocacional e a todos os demais peregrinos lusófonos aqui presentes. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, deixemo-nos invadir pela luz do mistério pascal, para reconhecermos o caminho da exaltação precisamente na humilhação, colocando toda a nossa esperança em Deus, e assim o nosso grito de ajuda transformar-se-á em cântico de louvor. E que a bênção de Deus desça sobre vós e vossas famílias!

sábado, 17 de setembro de 2011

«IDE TAMBÉM PARA A MINHA VINHA»


Comentário ao Evangelho por São Gregório Magno (c. 540-604)
 Papa & Doutor da Igreja(*)


O Senhor não pára, em tempo algum, de enviar trabalhadores para cultivar a Sua vinha [...]: através dos patriarcas, dos doutores da Lei e dos profetas e, finalmente, através dos apóstolos, Ele procurava, por assim dizer, que a Sua vinha fosse cultivada por intermédio dos Seus trabalhadores. Todos aqueles que, a uma fé firme, acrescentaram boas obras, foram os trabalhadores dessa vinha [...].
Os trabalhadores contratados desde o nascer do dia, da hora terceira, da sexta e da nona designam portanto o antigo povo hebreu que, aplicando-se [...], desde o começo do mundo, a prestar culto a Deus com fé firme, não parou, por assim dizer, de se empenhar na cultura da vinha. Mas à décima-primeira hora os pagãos foram chamados, tendo-lhes sido dirigidas estas palavras: «Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?» De facto, ao longo de todo aquele lapso de tempo por que o mundo passou, os pagãos tinham negligenciado o trabalho que leva à vida eterna, e ali estavam, daquela maneira, o dia inteiro sem nada fazer. Mas reparai bem, irmãos, o que respondem à pergunta que lhes é feita: «É que ninguém nos contratou.» De facto, patriarca algum ou profeta se acercara deles. E que quererão estas palavras dizer: «Ninguém nos contratou para trabalhar», a não ser: «Ninguém nos pregou os caminhos da vida»?


(*) Gregório nasceu em Roma numa família da aristocracia tradicional e principal romana, filho de Gordiaus e de Santa Sílvia, de apelido Anícia. Chegou a perseguir uma carreira política que o levou ao cargo de prefeito da cidade.
Em cerca de 575, Gregório ingressa num mosteiro e assume a vida religiosa por influência dos escritos e personalidade de São Bento.
Converteu sua casa no monte Célio no mosteiro de Santo André e fundou seis outros nas terras de sua família, na Sicília.
Foi também apocrisiário em Constantinopla.
Enquanto papa, Gregório foi o responsável pelo envio dos primeiros missionários para converter os anglo-saxões nas Ilhas Britânicas (tendo enviado para lá um grupo de quarenta monges beneditinos, liderados por Agostinho de Cantuária, que seria o primeiro arcebispo de Cantuária - a chamada Missão gregoriana).
É ainda responsável pela divulgação do tipo de música que é hoje em dia conhecido como canto gregoriano.
Deixou extensa obra escrita, incluindo sermões e comentários sobre a Bíblia, como o livro Moralia, que comenta o livro de Jó, e volumes de correspondência.
Também foi responsável pela compilação dos sete pecados capitais - a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e a preguiça - adaptando para o Ocidente a partir das oito tentações descritas pelo monge Evágrio do Ponto, dois séculos antes.
Durante seu pontificado, o Patriarca de Constantinopla João IV Nesteutes deu a si mesmo o título de Ekumenikós (Ecumênico), afirmando estar acima de todos os bispos do mundo. Em resposta o Papa Gregório se atribuiu o título de Servus Servorum Dei (Servo dos Servos de Deus), representando a função pastoral e colegial do papa, título esse que seus sucessores mantiveram e mantêm até hoje, visto que este é um dos títulos oficiais do Papa Bento XVI.

MISSÃO E COMUNICAÇÃO


 
“Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”.
Foi com essas palavras que o Beato João Paulo II entregou aos jovens em Roma, no dia 22 de abril de 1984, aquela que ficaria conhecida como Cruz da Jornada, ou Cruz dos Jovens. Desde então, ela começou a peregrinar mundo afora, sempre levada pela juventude. Em 2003 junto com ela passou a peregrinar também o Ícone de Nossa Senhora.
Pela primeira vez, os dois símbolos máximos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vão peregrinar pelo Brasil. Serão meses num itinerário que percorrerá todo o país e também passará pelos vizinhos do Cone Sul. Ao longo desse trajeto, os jovens terão a oportunidade de reavivar a fé e de sentir o gostinho do que será a JMJ 2013, que acontecerá no Rio de Janeiro.
A Cruz da JMJ e o Ícone de Maria chegam ao Brasil no dia 18 de setembro e serão recebidos em São Paulo com uma grande festa, o Bote Fé. A partir daí iniciam a peregrinação, que será concluída no Rio de Janeiro. A ideia é que os dois símbolos passem por todos os 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Estão também previstas 19 grandes festas nas capitais brasileiras, todas com o nome "Bote Fé".
Depois do dia 18 de setembro, a Cruz e o Ícone vão peregrinar, até o dia 30 de outubro, pelas sete províncias eclesiásticas do Regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao estado de São Paulo – o mais populoso do país e o que tem o maior número de dioceses, 50. Daí os símbolos seguem para o Regional Leste 2, composto por Minas Gerais e Espírito Santo, onde ficarão ao longo de todo o mês de novembro. No mês seguinte, será a vez do Regional Nordeste 3, composto pelos estados da Bahia e de Sergipe.
A peregrinação seguirá ao longo de todo o ano de 2012. Em dezembro, a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visitam Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Já em Janeiro de 2013 retornam para concluir o itinerário no Sul do Brasil. A etapa final acontecerá no Sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no estado do Rio de Janeiro, onde os símbolos chegam em abril de 2013.
Veja, no quadro a seguir, quando a Cruz e o Ícone visitarão cada regional. 

Fonte: http://www.jovensconectados.org.br


A BÍBLIA E AS ESTATÍSTICAS



Embora as estatísticas sejam um dos meios mais seguros de probabilidade usados para estabelecer certos dados, certos números, devemos sempre interrogá-las em algumas situações. Já é conhecido de todos que, estatisticamente, a Bíblia é o livro mais vendido no mundo. Isto quer dizer que milhões de pessoas compram a Bíblia ou têm uma na estante. O grande perigo está justamente aí: o risco de fazermos da Bíblia apenas uma estatística como tantas outras. A estatística do livro mais vendido; a estatística dos acidentes automobilísticos; a estatística da mortalidade infantil etc. Tudo resumido em números, através dos quais as pessoas são massificadas e transformadas também em estatística fria e morta.


Como as pessoas, a Bíblia não foi feita para ser mais um dado estatístico, ser resumida em números ou reduzida a um lugar bonito nas estantes, nas salas de estar; ou para ser ostentada como um troféu de quem venceu uma competição. Não raro, é o que se vê por aí. Contudo, as estatísticas não mentem: cresce o número de fanáticos e fundamentalistas que se utilizam de textos sagrados para promover ódio, perseguição, divisão, discórdia nos corações.


Isto pode acontecer quando se reduz a Bíblia a um livro em si; e o Cristianismo, à religião do livro, em que o absoluto é a letra escrita. Todavia, a fé cristã não é a fé em um livro, senão a fé em uma Pessoa. Somos religião da Palavra, a Palavra viva de Deus, que se encarnou em Jesus Cristo, revelou-nos a face do Pai, rompeu nossa surdez, fazendo-se próxima de cada homem. A Sagrada Escritura é, pois, a manifestação de um Deus que quer encontrar-se com o ser humano no hoje da história, como encontrou-se com Abraão, Isaac e Jacó. Como encontrou-se, nas margens do lago de Tiberíades, com Pedro, Tiago e João.


Este livro da Palavra de Deus deve ser lido e vivido em comunidade. É livro da Igreja, daqueles que vivem a fé na Palavra de Deus encarnada, celebrando-a, anunciando-a, relacionando-se docemente com ela. O correto uso da Bíblia só se dá na Igreja de Jesus. Ela que no-la transmitiu, como atesta o Apóstolo: O que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado do Verbo da vida nós vos anunciamos(1Jo 1,1-2). Só na Igreja, com a experiência do encontro com o Ressuscitado, é que tiraremos a Bíblia das estatísticas dos livros mais vendidos e colocá-la-emos na estatística dos livros mais lidos, dos livros mais vividos.




José Leandro
Seminarista da diocese de Palmeira dos Índios