HISTÓRIA RELIGIOSA DE BELO MONTE - ALAGOAS
A igreja ( capela ) construída com taipa tosca, de enchimento de madeira e barro fora edificada pelo proprietário da fazenda inicial, Antonio Soares de Mello, com o auxílio dos primeiros moradores e mais alguns vizinhos de fazendas mais próximas.
Abonando o parecer de João Alberto Ribeiro ( grande estudioso dos municípios ) o qual diz o proprietário fundador da fazenda primitiva, “Fez construir, no mesmo ano, uma capela dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho,” podemos afirmar com segurança, que Belo Monte nasceu aos pés desta capelinha primitiva e sob o olhar da Mãe do Bom conselho! A capela primitiva, lá está de pé ainda, no seu lugar de origem, do alto dominando a visão da cidade e de um dos mais belos trechos do rio São Francisco é a capela do cemitério!
Não fora erigida com este fim, mas segundo os velhos costumes, no seu interior e ao redor, foram sendo sepultadas pessoas das gerações mais velhas.
Como no ano de 1886, fosse iniciada a construção da atual igreja, catorze anos mais tarde, pelos anos de 1899 a 1900, o Pe. João Machado de Melo, então vigário, Fez levantar os muros para uso de cemitério, ficando a capelinha no centro da fachada do mesmo, como se acha a atualmente.
E devido à delimitação dos muros, foram recolhidos os restos mortais dos antigos, que ficaram do lado de fora, e colocados no interior da capela!
A ampliação ao prolongamento atual dos muros deve-se ao esforço do então Prefeito Raimundo da Fonseca Melo, no ano de 1969.
O Pe. Antonio Soares de Melo, no seu primeiro paroquiato ( 1887 – 1896), fez um excelente trabalho de restauração da capela, sem contudo alterar a estrutura da sua construção secular.
Outrossim foi esta primitiva capela a testemunha de todos os movimentos religiosos, cívicos e fúnebres de muitas gerações, até término da construção de novo templo.
Nela foi onde os grandes missionários, Pe. Francisco, Frei Dorotheu, Frei David, Frei Cassiano e outros celebram os atos litúrgicos e as célebres missões da época...
Na referida capela, que fora a primeira igreja Matriz, ao lado esquerdo da mesma, havia a armação para o suporte do sino, com uma herança dos primitivos fundadores. Lamentavelmente, tanto a armação, como o velho sino das alvoradas missionárias, das madrugadas para os benditos, das chamadas plangentes para os “miseréres’’ , e dos dobres fúnebres, foram quebrados pelos marginais
Alienados Eugênio e Libério ( fosrasteiros retirantes das ultimas secas).
O TEMPLO ATUAL
Criada a Paróquia em 1885, no ano seguinte foi iniciada a construção do novo templo, mas em baixo junto às resistências. Dada a necessidade, pelo aumento populacional, frei Cassiano de Camachio, no seu zelo de apóstolo e dinamismo missionário, deu início, no ano de 1886, à construção do templo.
Dez anos se passaram. Logo no ano seguinte ao início da construção, é nomeado pároco o Padre Antônio Soares de Mello, que se tornará o grande batalhador, ao lado da sua irmã Hemerlinda Soares de Mello. Esta fora realmente a maior benfeitoria do nosso templo, quando de sua construção.
Muitos anos se passaram! Muitos suores, muitas canseiras e energias gastaram nesta empresa!...
Terminada a construção, por ele mesmo, em 1896, só no início do seu paroquiato, o padre Jasson Alves Souto constrói a torre, fez o reboco, a platibanda, o forro, os vitais coloridos e as calçadas ao redor.
Só mais tarde ele coloca, em 1934, o piso em mosaico, doação de José Capistrano Souto.
O altar-mór atual já é reconstrução e modificação do Padre João Machado de Mello, entre os anos de 1899-1900, que também comprou e colocou os dois altares em madeira.
Segundo a tradição corrente, todo o templo com os seus altares, fora moldado por uma igreja também dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho, existente na Itália, provavelmente nas regiões da procedência ou da devoção de frei Cassiano, o iniciador da obra.
A imagem pequena de Nossa Senhora do Bom Conselho foi adquirida em Recife, pelo padre Antônio Soares de Mello, quando seu primeiro paroquiato, pois, apenas a igreja possuía um quadro com imagem da Padroeira. A segunda, maior, foi aquisição feita através da campanha entre o povo, pela senhora Josefina Maria do Sacramento (D. Sinhá do salgado). Ao passo que a de Nossa Senhora do Rosário foi adquirida por João Soares de Mello, com saldos de festas e de campanhas promovidas por uma das filhas do Sr. Joaquim de Freitas Mello.
A sua primeira iluminação elétrica foi instalada em 1958, pelo padre Reginaldo Soares de Melo melhorada pelo padre Jorge Tobias de Freitas.
A PARÓQUIA
Antes mesmo da criação da vila, Belo Monte foi elevada à condição de Paróquia. A lei Provisória Nº 960 de 18 de Julho de 1885 elevou-a a Freguesia com o nome oficial de Lagoa Funda, sob o “Orago de Nossa Senhora do Bom Conselho da Lagoa Funda’’ . Entretanto , só depois de um ano e dez meses, 24 de Maio de 1887, é definitivamente oficializada a Paróquia, recebendo logo depois, a 1º de Julho, o seu primeiro vigário o padre Antônio Soares de Mello.
Passaram-se 61 anos, durante os quais se desenvolveram, floresceram e frutificaram os esforços e os ideais dos dinâmicos vigários, que por ela passaram.
Além dos trabalhadores de construção, organização e aquisição de peças, alfaias e imagens, foi fundado o Apostolado da Oração (1915 ou 1914 ), a Pia União das Filhas de Maria e a Consagração Mariana (02/02/1945), Cruzada Eucarística Infantil e Sacramentinos.
Entretanto, maus ventos sopraram e Belo Monte, do seu florescimento religioso, passou à decadência, devido à indébita transferência, em 1948, para Batalha, mesmo sem ato oficial, por parte da Cúria Diocesana, o que só aconteceu aos 08 de Setembro de 1968.
O seu povo sofre o fato, nunca, porém aceitou o fato! Continua a aceitar como Padroeira aquela que, por primeiro, fora a Padroeira desde os tempos imperiais: Nossa Senhora do Bom Conselho.
PÁROCOS E VIGÁRIOS
Anterior à Criação da Paróquia, o Pe. Athanásio Soares de Mello, foi capelão, não se sabe ainda por quanto tempo, nem desde quando.
1. Pe .Antônio Soares de Mello( 01/07/1887-14/08/1896);
2. Pe. Antônio José Soares de Medonça( 14/08/1896-28/07/1899);
3. Pe. João Machado de Mello ( 18/08/1899-03/02/1901);
4. Pe. Antônio Soares de Mello (06/11/1901-01/02/1913);
5. Pe. Carlos Falcone ( 05/02/1913-11/09/1916);
6. Pe. Fenelon Martins Brandão ( 01/11/1916-13/02/1933);
7. Pe. Epitácio Rodrigues ( 14/02/1933-04/02/1935);
8. Pe. Jasson Alves Souto( 04/03/1935-03/04/1947);
9. Pe. Leão Kuipers, SCJ.(04/04/1947-04/03/1949);
10. Pe. José Francisco Santana (06/05/1949-21/11/1950);
11. Pe. Américo Henrique Santos (01/01/1951-02/10/1952);
12. Pe. Francisco de Assis Silva (02/10/1952-12/12/1958);
13. Pe. José Gonçalves Neto (08/03/1959-06/10/1962);
14. Pe. Moisés Vieira dos Anjos (03/03/1963-24/02/1966);
15. Pe. Jorge Tobias de Freitas (27/07/1966-10/04/1968);
A partir desta data, Belo Monte passou a ser assistida pelos padres Jorge Tobias de Freitas, Delorizano Marques da Rocha, Pedro Lopes, Paulo Lima de Castro e Mons. Josevel Mendes da Silva.
Restaurada a Paróquia de Belo Monte, assume:
16. Pe. Reginaldo Soares de Melo (14/12/1982-27/04/1985);
Mais uma vez para dar assistência à Paróquia de Belo Monte, assume:
17. Mons. Josevel Mendes da Silva (1985-1987).
18. Pe. Aloísio Ferreira dos Santos (18/03/1987-06/06/1998);
19. Pe. Sizino Lemos Telles Júnior (06/06/1998-05/04/2000);
20. Pe. Petrúcio Juvenal da Silva (09/04/2005-10/04/2005);
21. Pe. José Petrônio Oliveira (04/06/2005-25/11/2007);
22. Pe. Reginaldo Luiz Soares (14/12/2007-01/08/2010);
23. Pe. José Antonio dos Santos (01 ∕ 01 ∕ 2011 - )
SACERDOTES FILHOS DE BELO MONTE
- Pe. Athanásio Gonçalves Soares de Mello, filho de Antônio Soares de Mello e Anacleta Gonçalves do Sacramento ( falecido ).
- Pe. Themístocles de Andrade, filho de José Gonçalves de Andrade e Cândida Barros Leite de Mello ( falecido ).
- Pe. Luiz Gonçalves de Andrade, filho de Antônio Soares de Mello e Plácida Hermelinda de Jesus Mello ( falecido).
- Pe. João Machado de Mello, filho de Gundisalvo Aprígio Machado e Maria das Dores de São Matheus ( falecido).
SACERDOTES FILHOS DE FAMÍLIAS DE BELO MONTE MAIS NÃO NASCIDOS AÍ;
- Pe. Olímpio Mello (1858-1944), filho de Luiz Soares de Mello e Maria Olímpia de Menezes Mello; nasceu no Rio de Janeiro, liga-se a Belo Monte por ambas as partes ( falecido).
- Pe. Gervásio Alves Feitosa, filho de Manoel Alves e Maria Rosa Feitosa; nasceu em Porto da Folha/SE. E liga-se a Belo Monte pelo lado materno.
- Pe. Evêncio Guimarães, filho de Joaquim José Guimarães Sobrinho e Anna Maria do Sacramento de Medeiros; nasceu em Gararu/SE. E liga-se a Belo Monte pelo lado materno (falecido).
- PeReginaldo Soares de Melo, filho de João Soares de Melo e Eurides Melo; nasceu em Boquim/SE. E liga-se a Belo Monte pelo lado paterno.
- Pe. Américo Avelino, Sj.- Não foi possível identificar os dados;
- Pe. Otávio Costa, não foi identificar os dados.
SACERDOTES FILHOS DA PARÓQUIA
- Pe. José de Freitas Machado, filho de José Freitas Machado e...; nasceu em Jacaré dos Homens ( falecido).
- Pe. Daniel Bezerra, filho de José Caetano Bezerra e Maria Joaquina Bezerra da Costa; nasceu em Batalha ( falecido ).
- Pe. Jasson Alves Souto, filho Antônio Alves Souto e Olympia Souto; nasceu em Jacaré dos Homens ( falecido).
- Pe. Francisco de Assis Silva, filho de Leovigildo Vieira da Silva e Emilia Goes Souto Silva; nasceu em Jacaré dos Homens ( falecido).
- Pe. Fernando Vieira, filho de Inocêncio Vieira e Maria Custódia Vieira; nasceu em Alecrim (Limoeiro).
- Pe. Paulo Lima de Castro, filho de Júlio Alves de Castro e Maria dos Prazeres Lima; nasceu em Alecrim (Limoeiro).
- Pe. Lindolfo Lisboa, filho de Filinto Lisboa e Leopoldina Melo; nasceu em Alecrim ( Limoeiro).
- Pe. Mário Cesar de Souza, filho de José Cirilo de Souza Maria de Lourdes Santos; nasceu em Neopólis/SE. E atualmente trabalha em com Reitor do Seminário Provincial do Coração Eucarístico de Jesus na Arquidiocese de Belo Horizonte - Minas Gerais.
- Pe. Antônio de Pádua M. Sobrinho – Atual vigário de Jacaré dos Homens.
Referências:
1. Padre Theotônio Ribeiro – Escorço Biográfico do Missionário Apóstolico Doutor Francisco José Correia de Albuquerque, pg. 15.
2. Terra do Sol- Espelho da Lua - Etevaldo Amorim – 2004 pg. 212.
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