segunda-feira, 28 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Autor: Bíblia Católica | Postado em: Igreja
Fonte: In Mulieribus
Quem lê os evangelhos se depara com diversos grupos que atuavam na época de Jesus, entre esses os saduceus e os fariseus… estes grupos tinham divergências doutrinárias mas também atuavam politicamente. Para oprimir o povo, aos preceitos das Escrituras acrescentavam outras milhões de regrinhas, e cobravam dízimos e taxas.
No século I, na Palestina, surgiram alguns grupos entre a população judaica como conseqüência das diversas interpretações sobre as fontes e os modos de viver a religião de Israel. Nos tempos de Jesus, os mais apreciados pela maioria do povo eram os fariseus. Seu nome, em hebreu perushim, significa “os segregados”. Dedicavam sua maior atenção às questões relativas à observância das leis de pureza ritual, inclusive fora do templo.
As normas de pureza sacerdotal, estabelecidas para o culto, passaram a marcar para eles um ideal de vida em todas as ações da vida cotidiana, que ficava assim ritualizada e sacralizada. Junto à Lei escrita (Torah ou Pentateuco), foram recopilando uma série de tradições e modos de cumprir as prescrições da Lei, às quais se concedia cada vez um maior apreço até que chegaram a ser recebidas como Torah oral, atribuída também a Deus. Segundo suas convicções, essa Torah oral foi entregue junto com a Torah escrita a Moisés no Sinai e, dessa forma, ambas tinham idêntica força vinculante.
Para uma parte dos fariseus, a dimensão política desempenhava uma função decisiva em seu posicionamiento vital e estava ligada ao empenho pela independência nacional, pois nenhum poder estranho poderia se impôr sobre a soberania do Senhor em seu povo. Estes eram conhecidos pelo nome de zelotes, que possivelmente foi dado por eles próprios, aludindo ao seu zelo por Deus e pelo cumprimento da Lei. Também pensavam que a salvação é concedida por Deus e estavam convencidos de que o Senhor contava com a colaboração humana para obter essa salvação.
Essa colaboração se movia primeiro num âmbito puramente religioso, no zelo pelo cumprimento estrito da Lei. Mais tarde, a partir da década dos cinquenta, consideravam que também havia de se manifestar no âmbito militar, razão pela qual não se podia recusar o uso da violência quando esta fosse necessária para vencer, nem se devia ter medo a perder a vida em combate, pois era como um martírio para santificar o nome do Senhor.
Os saduceus, por sua vez, eram pessoas da alta sociedade, membros de famílias sacerdotais, cultos, ricos e aristocratas. Dentre eles haviam saído desde o início da ocupação romana os sumos sacerdotes que, nesse momento, eram os representantes judeus diante do poder imperial. Faziam uma interpretação muito sóbria da Torah, sem cair nas numerosas questões casuísticas dos fariseus, e portanto subestimavam o que esses consideravam como sendo a Torah oral.
Os saduceus, por sua vez, eram pessoas da alta sociedade, membros de famílias sacerdotais, cultos, ricos e aristocratas. Dentre eles haviam saído desde o início da ocupação romana os sumos sacerdotes que, nesse momento, eram os representantes judeus diante do poder imperial. Faziam uma interpretação muito sóbria da Torah, sem cair nas numerosas questões casuísticas dos fariseus, e portanto subestimavam o que esses consideravam como sendo a Torah oral.
Em oposição aos fariseus, não acreditavam na vida após a morte, nem compartilhavam suas esperanças escatológicas. Não gozavam de popularidade nem do afeto popular, dos quais desfrutavam os fariseus, mas tinham poder religioso e político, pelo que eram muito influentes.
sábado, 12 de novembro de 2011
Autor: Alessandro Lima *.
Introdução
Hoje em dia está na moda as novas seitas protestantes adicionarem o adjetivo “apostólica” ao seus nomes. Como por exemplo: Igreja Nova Apostólica, Igreja Evangélica Apostólica das Águas Vivas, Igreja Apostólica Ministério Comunidade Cristã, Igreja Apostólica do Avivamento, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Apostólica Cristã, Igreja Apostólica Ministério Resgate, Igreja Apostólica Batista Viva e etc.
Mas será que toda igreja é apostólica? Será que toda igreja tem que ser apostólica? Será toda “igreja” pode adotar para si o adjetivo “apostólica”, sem detrimento de seu real significado?
O Ensinamento da Igreja Católica
O Catecismo da Igreja Católica ensina:
§861 “Para que a missão a eles [aos apóstolos] confiada fosse continuada após sua morte [de Jesus], confiaram a seus cooperadores imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os instituíra para apascentar a Igreja de Deus. Constituíram, pois, tais varões e administraram-lhes, depois, a ordenação a fim de que, quando eles morressem outros homens íntegros assumissem seu ministério.”
§862 “Assim como permanece o múnus que o Senhor concedeu singularmente a Pedro, o primeiro dos apóstolos, a ser transmitido a seus sucessores, da mesma forma permanece todos Apóstolos de apascentar a Igreja, o qual deve ser exercido para sempre pela sagrada ordem dos Bispos.” Eis por que a Igreja ensina que “os bispos, por instituição divina, sucederam aos apóstolos como pastores da Igreja, de sorte quem os ouve, ouve a Cristo, e quem os despreza, despreza a (aquele por quem Cristo foi enviado“.
Os protestantes em contrapartida alegam que nunca houve sucessão apostólica, e que a Igreja Apostólica é simplesmente aquela fiel á doutrina bíblica. Afirmam ainda que a reunião dos fiéis constitui a Igreja.
O que ensina a Bíblia?
A Bíblia ensina que Nosso Senhor Jesus Cristo, deu o governo da Igreja aos Santos Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10, 16). Aqui vemos o testemunho da autoridade dos apóstolos sobre toda a Igreja dada pelo próprio Cristo.
A Bíblia dá testemunho de que os apóstolos claramente escolheram sucessores que, por sua vez, possuíram a mesma autoridade de ligar e desligar. A substituição de Judas Iscariotes por Matias (cf. At 1,15-26) e a transmissão da autoridade apostólica de Paulo a Timóteo e Tito (cf. 2 Tm 1,6; Tt 1,5) são exemplos de sucessão apostólica.
Além destes exemplos claros há também os implícitos como o caso de Apolo. Apolo era um Judeu natural de Alexandria que conhece o verdadeiro Evangelho em Éfeso (cf. At 18,24-28). A Bíblia diz que Apolo foi levado aos discípulos de Cristo que se encontravam em Corinto (cf. At 19,1).
São Paulo ao escrever sua primeira carta aos cristãos de Corinto faz menção de Apolo, vejam:
“Pois acerca de vós, irmãos meus, fui informado pelos que são da casa de Cloé, que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de que entre vós se usa esta linguagem: ?Eu sou discípulo de Paulo; eu, de Apolo, eu, de Cefas; eu, de Cristo” (1Cor 1,11-12).
Bem, sabemos de onde surgiu Apolo e que ele foi enviado a Corinto, mas o que ele está fazendo na Igreja de Corinto?
São Paulo continua: “Pois quem é Apolo E quem é Paulo? Simples servos, por cujo intermédio abraçastes a fé, e isto conforme a medida que o Senhor repartiu a cada um deles: eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem faz crescer” (1 Cor 3,5-6).
Notaram? São Paulo fundou a Igreja em Corinto, mas quem cuidava desta Igreja era Apolo, era ele que no dizer no Apóstolo, regava, isto é cuidava da Igreja. Apolo era então o Bispo de Corinto, instituído pelos apóstolos.
Apesar das palavras do apóstolo serem claras, isso explica porque os cristãos dissensores de Corinto, ao criar um partido, escolheram o nome de Apolo, que era o líder daquela comunidade, isto é, o Bispo.
O episcopado de Apolo fica ainda mais claro, nas seguintes palavras de São Paulo:
“Portanto, ninguém ponha sua glória nos homens. Tudo é vosso: Paulo, Apolo, Cefas (Pedro), o mundo, a vida, a morte, o presente e o futuro. Tudo é vosso! Mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus. Que os homens nos considerem, pois, como simples operários de Cristo e administradores dos mistérios de Deus” (1Cor 3,21-22; 4,1).
Veja como São Paulo coloca o ministério de Apolo em igualdade com o seu próprio. Ver também (1Cor 4,6).
Vimos que a Sagrada Escritura ao contrário do que ensinam os “entendedores da Bíblia” não nega a existência da Sucessão dos Apóstolos, como meio de perpertuar de forma segura o ministério dos Apóstolos, ao contrário, ela confirma isso.
O que diz a história da Igreja?
Se estamos falando a verdade, devemos obrigatoriamente encontrar na história da Igreja, provas de que a Sucessão Apostólica realmente existia. Caso contrário estaremos somente especulando sobre o que realmente existia na Igreja primitiva, como faz atualmente o protestantismo.
Vamos ver agora se encontramos na história da Igreja alguma prova da existência da sucessão dos apóstolos:
Clemente de Roma, o 4º Bispo de Roma na sucessão de São Pedro, em sua primeira carta aos Coríntios (90 D.C) escreve:
“42. Os apóstolos receberam do Senhor Jesus Cristo o Evangelho que nos pregaram. Jesus Cristo foi enviado por Deus. Cristo, portanto vem de Deus, e os apóstolos vêm de Cristo. As duas coisas, em ordem, provêm da vontade de Deus. Eles receberam instruções e, repletos de certeza, por causa da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, fortificados pela palavra de Deus e com plena certeza dada pelo Espírito Santo, saíram anunciando que o Reino de Deus estava para chegar. Pregavam pelos campos e cidades, e aí produziam suas primícias, provando-as pelo Espírito, a fim de instituir com elas bispos e diáconos dos futuros fiéis. Isso não era algo novo: desde há muito tempo, a Escritura falava dos bispos e dos diáconos. Com efeito, em algum lugar está escrito: ?Estabelecerei seus bispos na justiça e seus diáconos na fé” (Is 60,17)”
“44. Nossos apóstolos conheciam, da parte do Senhor Jesus Cristo, que haveria disputas por causa da função episcopal. Por esse motivo, prevendo exatamente o futuro, instituíram aqueles de quem falávamos antes, e ordenaram que, por ocasião da morte desses, outros homens provados lhes sucedessem no ministério.”
Vejam que desde o início do Cristianismo já se sabia que os Bispos da Igreja são os sucessores dos Apóstolos. Temos uma prova clara de que a Sucessão dos Apóstolos tinha como objetivo perpetuar o ministério dos Apóstolos, já que a Igreja deveria permanecer ainda na terra durante séculos.
Portanto, ninguém pode ser intitular Bispo, se não tiver recebido as sagradas ordens através da legítima sucessão dos Apóstolos; e ninguém pode se intitular pastor da Igreja se não tiver recebido a sagrada ordem pelas mãos de um legítimo Bispo.
A Igreja Apostólica é como um Rio, que possui sua nascente na sucessão dos Apóstolos. É do Colégio dos Apóstolos que a Igreja possui a sua origem, segundo designo do próprio Cristo.
A Sucessão dos Apóstolos foi algo tão real na vida da Igreja, que muitas destas sucessões foram registradas por alguns historiadores como Hegesipo e Eusébio de Cesaréia.
Veremos algumas das sucessões dos apóstolos registradas pelo Bispo Eusébio de Cesaréia (Séc IV), historiador da Igreja, em sua obra ?A História Eclesiástica? (HE):
Sucessão Apostólica em Roma
“No atinente a seus outros companheiros, Paulo testemunha ter sido Clemente enviado às Gálias (2Tm 4,10); quanto a Lino, cuja presença junto dele em Roma foi registrada na 2ª carta a Timóteo (2Tm 4,21), depois de Pedro foi o primeiro a obter ali o episcopado” (HE III,4,8).
“A Vespasiano, depois de ter reinado 10 anos, sucedeu Tito, seu filho, como imperador. No segundo ano de seu reinado, o bispo Lino, depois de ter exercido durante doze anos o ministério da Igreja de Roma, transmitiu-o a Anacleto.” (HE III,13)
“No décimo segundo ano do mesmo império [de Domiciano, irmão de Tito], Anacleto que foi bispo da Igreja de Roma durante doze anos, foi substituído por Clemente, que o Apóstolo [Paulo], na carta aos Filipenses, informa ter sido seu colaborador, nesses termos: ‘Em companhia de Clemente e dos demais auxiliadores meus, cujos nomes estão no livro da vida’” (Fl 4,3)
“Relativamente aos bispos de Roma, no terceiro ano do reinado do supracitado imperador [Trajano], Clemente terminou a vida, passando seu múnus a Evaristo. No total, durante nove anos exercera o magistério da palavra de Deus.” (HE III,34)
“Cerca do duodécimo ano do reinado de Trajano (…) Evaristo completado seu oitavo ano, Alexandre recebeu o episcopado em Roma, sendo o quinto na sucessão de Pedro e Paulo.” (HE IV,1)
“No terceiro ano do mesmo governo [do imperador Aélio Adriano, sucessor de Trajano], Alexandre, bispo de Roma morreu, tendo completado o décimo ano de sua administração. Teve Xisto como sucessor.” (HE IV,4).
“Ao atingir o império de Adriano já o duodécimo ano, Xisto, tendo completado o décimo ao de episcopado em Roma, teve Telésforo por sucessor, o sétimo depois dos apóstolos.” (HE IV,5,5)
“Tendo ele [Aélio Adriano] cumprido sua incumbência, após vinte e um anos de reinado, sucedeu-lhe no governo do império romano Antonino, o Pio. No primeiro ano deste, Telésforo deixou a presente vida, no undécio ano de seu múnus e coube a Higino a herança do episcopado em Roma.” (HE IV,10)
“Tendo Higino falecido após o quarto ano de episcopado, Pio tomou em mãos o ministério em Roma.” (HE IV,11,6)
“E na cidade de Roma, tendo morrido Pio no décimo quinto ano de episcopado, Aniceto presidiu aos fiéis desta cidade.” (HE IV,11,7)
“Já atingira o oitavo ano o império de que tratamos [Antonino Vero], quando Sotero sucedeu a Aniceto, que completara onze anos de episcopado na Igreja de Roma.”(HE IV,19)
“Sotero, bispo da Igreja de Roma, chegou ao termo de sua vida no decurso do oitavo ano de episcopado. Sucedeu-lhe Eleutério, o décimo segundo a contar dos Apóstolos, no décimo sétimo ano do imperador Antonino Vero” (HE V,Introdução,1)
“No décimo ano do império de Cômodo, Vítor sucedeu a Eleutério, que havia exercido o episcopado durante treze anos.(…)” (HE V,22)
Sucessão Apostólica em Jerusalém
“Após o martírio de Tiago e a destruição de Jerusalém, ocorrida logo depois, conta-se que os sobreviventes dos Apóstolos e discípulos do Senhor vindos de todas as partes se congregaram e com os consangüíneos do Senhor ‘ havia um grande número deles ainda vivos ‘ reuniram-se em conselho para verificar quem julgariam digno de suceder a Tiago. Todos unanimemente consideraram idôneo para ocupar a sede desta Igreja Simeão, filho de Cléofas, de quem se faz memória no livro do Evangelho (Lc 24,18; Jô 19,25). Diz-se que era primo do Salvador. Efetivamente, Hegesipo [historiador antigo] declara que Cléofas era irmão de José.” (HE III,11)
“Por sua vez, tendo Simeão morrido segundo relatamos, um judeu, chamado Justo, ocupou em Jerusalém a sé episcopal. Havia um grande número de circuncisos que acreditavam em Cristo e ele era deste número.” (HE III,35)
“Certifiquei-me, contudo, por documentos escritos, que, até o assédio dos judeus sob Adriano, sucederam-se em Jerusalém quinze bispos. Diz-se que eram todos hebreus por origem e terem acolhido genuinamente o conhecimento de Cristo. Em conseqüência, aqueles que ali podiam decidir, julgaram-nos dignos do múnus episcopal. Com efeito, a Igreja toda de Jerusalém se compunha então de hebreus fiéis. Assim sucedeu desde o tempo dos apóstolos até o cerco que sofreram então, quando os judeus se contrapuseram aos romanos e foram aniquilados em fortes guerras.
Uma vez que terminaram nessa ocasião os bispos oriundos da circuncisão, convém levantar agora sua lista, desde o primeiro. Com efeito, o primeiro foi Tiago, denominado irmão do Senhor, depois dele, o segundo foi Simeão; o terceiro, Justo; o quarto, Zaqueu; o quinto, Tobias; o sexto, Benjamim; o sétimo, João; o oitavo, Matias; o nono Filipe; o décimo, Sêneca, o undécimo, Justo; o duodécimo, Levi; o décimo terceiro, Efrém; o décimo quarto, José; finalmente, o décimo quinto, Judas.
Estes foram os bispos da cidade de Jerusalém, desde os apóstolos até o tempo a que nos referimos. Todos dentre os circuncisos.” (HE IV, 5,2-4)
“[Durante a perseguição aos Judeus sob o imperador Adriano] a cidade [de Jerusalém] foi reduzida a ser totalmente desertada pelo povo e a perder seus habitantes de outrora. Foi povoada uma raça estrangeira. A cidade romana que a substitui recebeu outro nome, e foi denominada Aélia, em honra do imperador Aélio Adriano. A Igreja da cidade foi composta também de gentios, e após os da circuncisão o primeiro dos bispos a receber a múnus foi Marcos.” (HE IV,6,4)
“Nesta época [do imperador Cômodo, sucessor de Antonino Vero], era famoso o bispo da Igreja de Jerusalém Narciso, até hoje muito conhecido. Foi o décimo quinto sucessor, após a guerra judaica, sob Adriano. Mostramos que, desde então, a Igreja local constava de gentios, substitutos dos membros da circuncisão e que Marcos foi o seu primeiro bispo proveniente dos gentios.
Depois dele, as listas dos sucessivos bispos desta região registram Cassiano; em seguida Públio, depois Máximo; após estes, Juliano, e em seguida Caio; depois dele Símaco, outro Caio, e ainda Juliano, após Capitão, a seguir Valente e Doliguiano; por fim Narciso, o trigésimo a contar dos apóstolos, na sucessão regular dos bispos.” (HE V,12)
A Sucessão Apostólica em Antioquia
“Evódio foi o primeiro bispo estabelecido em Antioquia; depois ilustrou-se o segundo, Inácio, nessa mesma ocasião.” (HE III,22)
“Após [Inácio], Heros foi seu sucessor no episcopado em Antioquia” (HE III,36,15)
“É sabido que, na Igreja de Antioquia, Teófilo foi sexto bispo a contar dos apóstolos, pois Cornélio foi instalado como quarto depois de Heros, nesta cidade, e após, em quinto lugar, Eros recebeu o episcopado.” (HE IV,20).
A Sucessão Apostólica em Alexandria
“No quarto ano de Domiciano, Aniano, o primeiro bispo da Igreja de Alexandria, após vinte e dois anos completos de episcopado, morreu. Seu sucessor, como segundo bispo, foi Abíblio” (HE III,14)
“Nerva [imperador, sucessor de Domiciano] reinou pouco mais de um ano e Trajano lhe sucedeu. No decurso de seu primeiro ano, Abílio, tendo dirigido por treze anos a Igreja de Alexandria, foi substituído por Cerdão. Se contarmos desde o primeiro, Aniano, este foi o terceiro chefe. Nesta ocasião, Clemente estava à frente da Igreja de Roma, e foi o terceiro a ocupar a sé episcopal, depois de Paulo e de Pedro. Lino foi o primeiro, e em seguida Anacleto.” (HE III,21)
“Cerca do duodécimo ano do reinado de Trajano, bispo de Alexandria, de que falamos um pouco mais acima [Cerdão], deixou a presente vida. Primo foi o quarto, depois dos apóstolos, a assumir o múnus da Igreja de Alexandria.” (HE IV,1)
“No terceiro ano do mesmo governo [do imperador Aélio Adriano, sucessor de Trajano] (…) na Igreja de Alexandria, Primo morreu no décimo ano em que presidia e sucedeu-lhe Justo.” (HE IV,4).
“Decorridos um ano e alguns meses [depois do duodécimo ano do império de Adriano], Eumenes teve a presidência na Igreja de Alexandria, em sexto lugar. Seu predecessor [Justo] permaneceu durante onze anos.” (HE IV,5,5)
“[durante o tempo de imperador Antonino], em Alexandria, Marcos foi nomeado pastor, depois que Eumenes completou treze anos; e tendo Marcos morrido após dez anos de ministério, Celadião assumiu o múnus da Igreja de Alexandria.” (HE IV,11,6).
“Já atingira o oitavo ano o império de que tratamos [Antonino Vero] (…) Na Igreja de Alexandria, depois que Celadião a presidira durante catorze anos, Agripino assumiu a sucessão” (HE IV,19).
“Depois que Antonino esteve dezenove anos no governo, Cômodo obteve o poder. No primeiro ano de seu reinado, Juliano assumiu o episcopado das Igrejas de Alexandria, depois de ter Agripino desempenhado suas funções durante doze anos.” (HE V,9)
“No décimo ano do império de Cômodo, (…) tendo Juliano completado o décimo ano de seu múnus, Demétrio tomou em mãos o ministério das comunidades de Alexandria (…)” (HE V,22)
Sucessão apostólica em outras localidades
“Não é fácil dizer quantos discípulos houve e quais se tornaram verdadeiramente zelosos a ponto de serem considerados capazes, depois de comprovados, de apascentar as Igrejas fundadas pelos apóstolos, exceto aquelas cujos nomes é possível recolher dos escritos de Paulo.
(…)Relata-se ter sido Timóteo o primeiro a exercer o episcopado na Igreja de Éfeso (1Tm 1,3), enquanto o primeiro nas Igrejas de Creta foi Tito (Tt 1,5)” (HE III,4,3-5).
“Acrescente-se que acerca do areopagita, de nome Dionísio, do qual afirma Lucas nos Atos que, em seguida ao discurso de Paulo aos atenienses no Areópago, foi o primeiro a crer (At 17,34), outro Dionísio, um ancião, pastor da Igreja de Corinto, assevera que ele se tornou o primeiro bispo da Igreja de Atenas” (HE III, 4,10).
“Policarpo, não somente foi discípulo dos apóstolos e conviveu com muitos dos que haviam visto o Senhor, mas ainda foi estabelecido pelos apóstolos bispo da Igreja de Esmirna, na Ásia. Nós o vimos na infância.” (Melitão de Sardes em apologia ao imperador Vero, conforme HE IV,14,3).
“(..)Havendo Potino consumado sua vida aos 90 anos em companhia dos mártires da Gália, Ireneu recebeu a sucessão no episcopado da comunidade cristã de Lião, que era dirigida por Potino. Tivemos notícia de que na juventude ele [Ireneu] foi ouvinte de Policarpo” (HE V,5,8)
Enfim, citamos estes poucos casos porque apresentar todos os testemunhos dos antigos sobre a sucessão dos apóstolos seria demasiadamente trabalhoso. Os exemplos aqui transcritos já são suficientes para provar a existência da sucessão dos apóstolos na história da Igreja de Cristo.
Conclusão
Jesus revestiu aos apóstolos da Sua autoridade. A Bíblia em local algum indica que esta autoridade dentro da Igreja iria cessar com a morte dos apóstolos e em lugar algum diz que uma vez morto o último apóstolo, a Palavra de Deus escrita tornar-se-ia a autoridade final.
Não há fidelidade à Bíblia, sem fidelidade à Igreja de Cristo. A Igreja sempre foi “a coluna e o fundamento da verdade” (cf. 1Tm 3,15) para os cristãos. Quem conhece a memória cristã sabe, que a Bíblia demorou séculos para ser discernida pela Igreja, e que os ensinamentos sucessores dos apóstolos eram recebidos como ensinamentos dos próprios apóstolos:
“Impossível enumerar nominalmente todos os que então, desde a primeira sucessão dos Apóstolos, tornaram-se pastores ou evangelistas nas Igrejas pelo mundo. Nominalmente confiamos a um escrito apenas a lembrança daqueles cujas obras agora representam a tradição da doutrina apostólica” (HE III,37,4).
É exatamente através da sucessão apostólica, que podemos identificar onde está a Igreja de Cristo. O colégio dos apóstolos é o que faz visível a Igreja Espiritual. Sem o ministério dos apóstolos não há Igreja; e a perpetuação deste ministério está no ministério dos sucessores dos apóstolos. Como vimos é isto que ensina a Bíblia e é este o testemunho da história do Cristianismo. E em conformidade com toda a Verdade, este é o ensinamento do Santo Padre o Papa João Paulo II, legítimo sucessão de São Pedro (príncipe e líder dos Apóstolos, cf. Lc 22,31s e Mt. 16,18-19):
“28. Por último, a Igreja é apostólica enquanto ?continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos Apóstolos até ao regresso de Cristo, graças àqueles que lhes sucedem no ofício pastoral: o Colégio dos Bispos, assistido pelos presbíteros, em união com o Sucessor de Pedro, Pastor supremo da Igreja?. Para suceder aos Apóstolos na missão pastoral é necessário o sacramento da Ordem, graças a uma série ininterrupta, desde as origens, de Ordenações episcopais válidas. Esta sucessão é essencial, para que exista a Igreja em sentido próprio e pleno.” (Encíclica ECCLESIA DE EUCHARISTIA).
* O autor é arquiteto de software, professor, escritor, articulista e fundador do Apostolado Veritatis Splendor.
domingo, 6 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
FESTA DE TODOS OS SANTOS
Dia de Todos os Santos
História
Na Igreja Católica, o dia de "Todos os Santos" é celebrado no dia 1 de novembro e o de "Finados" no dia 2 de novembro. Só que a Igreja no Brasil celebra esta festa no domingo seginte, a não ser que o dia 1 seja um domingo.Esta tradição de recordar (fazer memória) os santos está na origem da composição do calendário litúrgico, em que constavam inicialmente as datas de aniversário da morte dos cristãos martirizados como testemunho pela sua fé, realizando-se nelas orações, missas e vigílias, habitualmente no mesmo local ou nas imediações de onde foram mortos, como acontecia em redor do Coliseu de Roma. Posteriormente tornou-se habitual erigirem-se igrejas e basílicas dedicadas em sua memória nesses mesmos locais.
O desenvolvimento da celebração conjunta de vários mártires, no mesmo dia e lugar, deveu-se ao facto frequente do martírio de grupos inteiros de cristãos e também devido ao intercâmbio e partilha das festividades entre as dioceses/eparquias por onde tinham passado e se tornaram conhecidos. A partir da perseguição de Diocleciano o número de mártires era tão grande que se tornou impossível designar um dia do ano separado para cada um. O primeiro registo (Século IV) de um dia comum para a celebração de todos eles aconteceu em Antioquia, no domingo seguinte ao de Pentecostes, tradição que se mantém nas igrejas orientais.
Com o avançar do tempo, mais homens e mulheres se sucederam como exemplos de santidade e foram com estas honras reconhecidos e divulgados por todo o mundo. Inicialmente apenas mártires (com a inclusão de São João Batista), depressa se deu grande relevo a cristãos considerados heróicos nas suas virtudes, apesar de não terem sido mortos. O sentido do martírio que os cristãos respeitam alarga-se ao da entrega de toda a vida a Deus e assim a designação "todos os santos" visa celebrar conjuntamente todos os cristãos que se encontram na glória de Deus, tenham ou não sido canonizados (processo regularizado, iniciado no Século V, para o apuramento da heroicidade de vida cristã de alguém aclamado pelo povo e através do qual pode ser chamado universalmente de beato ou santo, e pelo qual se institui um dia e o tipo e lugar para as celebrações, normalmente com referência especial na missa).
Intenção catequética da festividade
Segundo o ensinamento da Igreja, a intenção catequética desta celebração que tem lugar em todo o mundo, ressalta o chamamento de Cristo a cada pessoa para o seguir e ser santo, à imagem de Deus, a imagem em que foi originalmente criada e para a qual deve continuar a caminhar em amor. Isto não só faz ver que existem santos vivos (não apenas os do passado) e que cada pessoa o pode ser, mas sobretudo faz entender que são inúmeros os potenciais santos que não são conhecidos, mas que da mesma forma que os canonizados igualmente vêem Deus face a face, têm plena felicidade e intercedem por nós. O Papa João Paulo II foi um grande impulsionador da "vocação universal à santidade", tema renovado com grande ênfase no Segundo Concílio do Vaticano.
Nesta celebração, o povo católico é conduzido à contemplação do que, por exemplo, dizia o Cardeal Beato John Henry Newman: não somos simplesmente pessoas imperfeitas em necessidade de melhoramentos, mas sim rebeldes pecadores que devem render-se, aceitando a vida com Deus, e realizar isso é a santidade aos olhos de Deus.
Citações do Catecismo da Igreja Católica
957. A comunhão com os santos. «Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente com o exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão cristã entre os cristãos ainda peregrinos nos aproxima mais de Cristo, assim também a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e Cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus» [1].
![]() | «A Cristo, nós O adoramos, porque Ele é o Filho de Deus; quanto aos mártires, nós os amamos como a discípulos e imitadores do Senhor; e isso é justo, por causa da sua devoção incomparável para com o seu Rei e Mestre. Assim nós possamos também ser seus companheiros e condiscípulos!». | ![]() — |
Martyrum sancti Polycarpi 17, 3: SC 10bis, 232 (FUNK 1, 336).
1173. Quando a Igreja, no ciclo anual, faz memória dos mártires e dos outros santos, «proclama o mistério pascal» realizado naqueles homens e mulheres que «sofreram com Cristo e com Ele foram glorificados, propõe aos fiéis os seus exemplos, que a todos atraem ao Pai por Cristo, e implora, pelos seus méritos, os benefícios de Deus» [2].
2013. «Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» [3]. Todos são chamados à santidade: «Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48):
«Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que [...] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos» [4].
Em Portugal, no dia de Todos-os-Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o pão por Deus de porta em porta. As crianças quando pedem o pão-por-deus recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano. É também costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’.
Esta tradição teve origem em Lisboa em 1756 (1 ano depois do terramoto que destruiu Lisboa). Em 1 de Novembro de 1755 ocorreu o terramoto que destruiu Lisboa, no qual morreram milhares de pessoas e a população da cidade, que era na sua maioria pobre, ainda mais pobre ficou.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado religioso (1 de Novembro), de forma espontânea, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário do terramoto, a população aproveitou a solenidade do dia para desencadear, por toda a cidade, um peditório, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas, percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dado grassar a fome pela cidade. E as pessoas pediam: "Pão por Deus".
Esta tradição perpetuou-se no tempo, sendo sempre comemorada neste dia e tendo-se propagado gradualmente a todo o país.
Até meados do séc. XX, o "Pão-por-Deus" era uma comemoração que minorava as necessidades básicas das pessoas mais pobres (principalmente na região de Lisboa). Noutras zonas do país, foram surgindo variações na forma e no nome da comemoração. A designação indicada acima (Dia dos Bolinhos) em Lisboa nunca foi utilizada, nem era sequer conhecido este nome.
Nas décadas de 60 e 70 do séc. XX, a data passou a ser comemorada, mais de forma lúdica, do que pelas razões que criaram a tradição e havia regras básicas, que eram escrupulosamente cumpridas:
- Só podiam pedir o "Pão-por-Deus", crianças até aos 10 anos de idade (com idades superiores as pessoas recusavam-se a dar).
- As crianças só podiam andar na rua a pedir o "Pão-por-Deus" até ao meio-dia (depois do meio-dia, se alguma criança batesse a uma porta, levava um "raspanete", do adulto que abrisse a porta).
A partir dos anos 80 a tradição foi gradualmente desaparecendo e, actualmente, raras são as pessoas que se lembram desta tradição.
Até a comunicação social, contribui para o empobrecimento da memória coletiva. Neste dia todas as estações de TV, Rádio e jornais, falam no Halloween, ignorando completamente o "Pão-por-Deus".
Notas
- II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 50: AAS 57 (1965) 56.
- II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 104: AAS 56 (1964) 126; cf. Ibid., 108: AAS 56 (1964) 126 e Ibid., 111: AAS 56 (1964) 127.
- II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 40: AAS 57 (1965) 45.
- II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 40: AAS 57 (1965) 45.
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